O Ministério Público estadual entrou no caso da retirada de parte do bambuzal na entrada do aeroporto de Salvador e vai apurar, preliminarmente, questões sobre licenciamento e impactos ambientais no local.
A promotora Cristina Seixas afirmou para a TP que houve uma provocação externa ao órgão, acatada em caráter inicial e distribuída para a 6ª Promotoria de Meio Ambiente e Urbanismo, para as mãos do promotor Edvaldo Vivas.
A história: a CCR teria retirado parte do bambuzal da via que dá acesso ao aeroporto. A concessionária alega que não mexeu no bambuzal e que tem licença concedida pelo Inema para mexer na área.
A Prefeitura, ou seja, a Sedur, embargou a obra em razão da ausência do pedido de licenciamento junto ao município, o que seria obrigatório. A CCR já disse para a imprensa que não pedirá essa licença.
Dedo do estado – Duas fontes ouvidas pela TP afirmam que a Casa Civil do governo teria orientado a CCR a não solicitar a licença à Prefeitura. Para quê? Bem, uma das supostas interpretações sairia do âmbito técnico para o político.
Ao “pedir” à CCR que não solicite o licenciamento, a obra se mantém embargada, visto que a Prefeitura exige licenciamento. Assim, transfere-se a responsabilidade da paralisação das obras para a Prefeitura. Cheira a guerra política em ano eleitoral.
Agora, se esta versão falta com a verdade, ou seja, não houve interferência do Estado, cabe, então, à CCR responder objetivamente o que fundamenta a negativa em solicitar o licenciamento. A TP procurou o secretário Bruno Dauster para comentar o suposto episódio, mas não conseguiu contato.
Por ora, aguardemos como irá se posicionar o Ministério Público.
Lula, nesta terça-feira, 23, ao criticar a imprensa
Jaques Wagner, ex-governador da Bahia
O ‘a quilo’ do comerciário
Até o mês de junho já estará aberto o restaurante destinado aos comerciários.
O anúncio foi feito pelo vice-presidente da Fecomércio, Kelsor Fernandes.
Segundo ele, o restaurante situado num shopping de Salvador, vai vender o quilo da comida por 16 reais contra 70 do preço médio praticado no mercado para o rango com a mesma qualidade do que será oferecido ao comerciário.
Motivo de tanta certeza: o Senac tem uma escola para formação de especialistas em arte culinária. A diretora Marina Almeida diz que delícias não faltarão ao cardápio.
Rusga – A Justiça reconheceu o direito do funcionamento do restaurante para atender exclusivamente aos comerciários.
A política e o comércio
O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia, Carlos de Souza Andrade, deixou para a sobremesa do almoço que ofereceu aos jornalistas um comentário sobre a atualidade da disputa pelo poder no país:
– Agora, a política começa a esquentar. É o primeiro round!
Embora não tenha declarado a qual round se referia nem qual fato faria a política esquentar, a coincidência da data com o julgamento do ex-presidente Lula pode oferecer alguma pista.
Custo – Independentemente de quem seja o próximo presidente eleito, Andrade é daquelas lideranças empresariais que defendem a redução do custo Brasília pela metade.
Para o presidente da Fecomércio, o custo de Congresso e Senado é tão alto que o dinheiro não chega na sua Amargosa nem em outros milhares de municípios da Bahia e Brasil.
Em outra trincheira, a Fecomércio uniu-se à Fieb na guerra aberta ao veto de Temer às micro e pequenas empresas no novo Refis.
Ele amparou-se no genuíno silogismo para provocar uma reflexão sobre a necessidade de refinanciamento das dívidas:
– Ou todos os empresários são suficientemente picaretas ou enfrentam uma carga tributária muito grande.
Dificuldade – O diretor da Fecomércio, Arthur Guimarães Sampaio, reforçou a ideia:
– De cada 10 empresas fundadas no Brasil, ao final de cinco anos, só uma permanece funcionando.
E fez uma provocação:
– Quantas empresas conseguem resistir 100 anos?
Regina Bochicchio e Paulo Leandro
A Tarde